segunda-feira, 20 de julho de 2009

to help all of us!

O A M O R E O G R I T O

Um dia um mestre perguntou aos seus discípulos:

- Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?

Os homens pensaram por alguns momentos.

- Porque perdemos a calma - disse um deles. - Por isso gritamos.

- Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao teu lado?
Não é possível falar-lhe em voz baixa? Por que gritas a uma pessoa quando estás aborrecido?

Os homens deram algumas respostas, mas nenhuma delas satisfez o mestre. Finalmente ele explicou:

- Quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se
afastam muito. Para cobrir esta distância precisam gritar para poder escutar-se.
Quanto mais aborrecidas estejam, mais forte terão que gritar para se escutar um ao outro através desta grande distância.

Em seguida perguntou:

- O que sucede quando duas pessoas se enamoram? Elas não gritam,
mas se falam suavemente. Por quê? Porque seus corações estão muito perto.

A distância entre elas é pequena. Quando se enamoram, acontece mais alguma
coisa? Notem que quase não falam, somente sussurram, e ficam cada vez
mais perto do seu amor. Finalmente, não necessitam sequer sussurrar, somente
se olham e isto é tudo. Assim é quando duas pessoas que se amam estão próximas.

Portanto, quando discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais. Chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta.


Esta historinha singela dispensa maiores comentários. A única coisa que pensei escrever como complemento é o barulho que fazemos quando, pela força, queremos ganhar a razão.
Longe de vós toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria... (Efésios 4:31)

just one more

John Blanchard levantou-se do banco, ajeitou o uniforme do Exército e obserou a multidão que tentava abrir caminho na Estação Ferroviária Central de Nova York. Procurou avistar a moça cujo coração ele conhecia, mas não o rosto - a moça com a rosa. Seu interesse por ela começara treze anos antes, em uma biblioteca da Flórida. Ao retirar um livro da estante, ele ficou intrigado, não com as palavras impressas, mas com as anotações escritas à mão na margem. A letra delicada indicava ser a de uma pessoa ponderada e sensível. Na primeira página do livro, ele descobriu o nome da proprietária anterior: Srta. Hollies Maynell. Depois de algum tempo e de várias tentativas, conseguiu localizar o endereço dela. Morava em Nova York. Escreveu-lhe uma carta apresentando-se e propondo uma troca de correspondência. No dia seguinte, ele foi convocado para servir em uma base do outro lado do oceano. Era a Segunda Guerra Mundial. Durante os treze meses seguintes, os dois passaram a se conhecer por correspondência. Cada carta era uma semente caindo em um coração fértil. Florecia um romance. Blanchard pediu uma fotografia, mas ela recusou-se a enviar. Achava que, se ele realmente gostasse dela, não haveria necessidade da fotografia. Quando ele retornou da Europa, marcaram o primeiro encontro às 19 horas na Estação Ferroviária Central de Nova York. "Você me reconhecerá", ela escreveu, "pela rosa que estarei usando na lapela." Assim, às 19 horas, Blanchard estava na estação à espera da moça cujo coração ele amava, mas cujo rosto nunca vira. Deixemos que o próprio Blanchard conte o que aconteceu. ... Em minha direção vinha uma jovem alta e esbelta. Seus cabelos loiros encaracolados caíam pelos ombros, deixando à mostra delicadas orelhas; os olhos eram azuis da cor do céu. Os lábios e o queixo tinham uma firmeza suave; trajando um costume verde-claro, parecia a própria chegada da primavera. Comecei a caminhar em sua direção sem notar que não havia rosa em sua lapela. Quando me aproximei, um sorriso leve e provocante brotou-lhe nos lábios. "Gostaria de me acompanhar, marujo?" ela murmurou. De maneira quase incontrolável, dei um passo em sua direção, e foi então que avistei Hollies Maynell. Ela estava em pé atrás da jovem. Aparentava bem mais de quarenta anos, e seus cabelos, presos sob um chapéu surrado, deixavam entrever alguns fios brancos. Seu corpo era roliço, tinha tornozelos grossos e usava sapatos de salto baixo. A moça de costume verde-claro distanciava-se rapidamente. Senti-me dividido, desejando ardentemente segui-la, mas ao mesmo tempo, profundamente interessado em conhecer a mulher cujo entusiasmo me acompanhara e me sustentara. E lá estava ela. Seu rosto redondo e pálido estampava delicadeza e sensibilidade; os olhos cinzentos irradiavam meiguice e bondade. Não hesitei. Peguei o pequeno livro azul, de capa de couro, para me identificar. Não seria um caso de amor, mas poderia ser algo precioso, algo talvez melhor que amor, uma amizade pela qual eu era e seria eternamente grato. Endireitei os ombros, cumprimentei e entreguei o livro à mulher, apesar de sentir-me sufocado pela amargura do meu desapontamento enquanto lhe dirigia a palavra. "Sou o Tenente John Blanchard, e você deve ser a Srta. Maynell. Estou satisfeito por você ter vindo encontrar-me. Aceita um convite para jantar?" No rosto da mulher surgiu um sorriso largo e bondoso. "Não sei do que se trata, filho", ela respondeu, "mas a jovem de costume verde, que acabou de passar por aqui, pediu-me que usasse esta rosa na lapela e instruiu-me também que, se você me convidasse para jantar, eu deveria dizer que ela está à sua espera no restaurante do outro lado da rua. Ela me contou que se tratava de uma espécie de teste!" Notas: Traduzido por Maria Emília de Oliveira Extraído de And The Angels Were Silent © 1992 de Max Lucado